acompanho o descompassado dançar das borboletas no meu estômago
confesso que me abrasas o âmago
mas não sei se te amo
teu falar me robustece
teu olhar me desgoverna
ao chegares, tristura desaparece
mas não sei
sou réu confesso
mas só do que vejo
o dilatar dos meus poros só pela tua presença
o inquietar do meu centro pelo atear dos teus olhos
tenho em mim essa loucura
por algures tal demência
sinto-te nos fundos
mas se te amo, não sei
sim, vou pelo dia a cantar
és minha melodia
mas desconheço essa magia
carrego, sem dúvidas, o medo de te perder
isso me faz escurecer
mas se é amor, não saberia dizer
ocupas as vias da minha noturna liberdade
fazes-te perfeita quimera
mas não me atreveria
não sei se é essa alegria
a vendida em capas coloridas
em papéis com compostas vidas
não sei, mas:
vejo-te nas linhas de Camões
no arder de outros corações
ouço-te em canções
no cair dos meus calções
ó meu amor, vejo-te!
mas não sei
talvez!
paralisas a minha figura
alumias a minha esquina
outra coisa não pode ser
o que há muito foi só ver
ouvir ou ler
hoje faz-se meu viver
mas se te amo, não sei
independentemente da asserção que me toma
não sei como se ama
então não sei
Fonte: Claudia CassomaCláudia Cassoma
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