eu queria escrever-te outra carta amor,
uma que exibisse essa dor
que me livrasse desse calor
uma carta que dissesse dessa falta impensada
desse agora reduzido à nada
dessa saudade que me abraça
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma carta que revelasse o meu querer
que mostrasse a minha dor por te perder
que te convencesse que não foi meu querer
que falasse do ZIMBO que agora sou
do mau amor que à outro dou
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma sobre o nosso colóquio
carta de lembranças de ti
dos teus olhos negros como loengo
dos teus lábios doces como os filhos do mamoeiro
do teu peito ampliado nas duras tardes com o cafezeiro
(o actual SENHOR do meu útero)
causante do cabuloso adultério
eu queria escrever-te outra carta amor,
que voltasse à memória os nossos tempos
nossas noites sobre as lousas dos meus velhos
entre os cantos do acastanhado rouxinol
ardentes pelo romper do sol
e as cinzas que nos deixou o depois
eu queria escrever-te outra carta amor,
escrevê-la sem palavras alheias
sem impressões da mulata que abrevia minhas idéias
sem os amassos do criado que a faz lixo
e sem o calor do gari que nos acolita
eu queria escrever-te outra carta amor,
que a não lesses sem prantear
que te levasse além do meu falar
que entendesses as estampas entre as alíneas
que mesmo sentado perto de uma vínea
ouvisses a mais alta nota do meu pentagrama
uma carta que declarasse nula qualquer outra
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma carta que te levasse o plangor que excarcero
uma carta que o céu e os oceanos
que o calor e as correntes
que as terras e os navios
pudessem entender
para que se o eco desse plangor se desviasse
as fortes ondas
exoráveis pelo nosso cruciante viver
levassem entre o suor dos outros contratados
com gotas levantadas pelo compadecido maremoto
as palavras magoadas da carta que queria escrever-te amor
eu queria escrever-te uma carta...
mas ah meu amor
a mulata se ausentou
e eu não sei compreender
por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes escrever
e eu — Oh! Desespero! — Sou iletrada também
uma que exibisse essa dor
que me livrasse desse calor
uma carta que dissesse dessa falta impensada
desse agora reduzido à nada
dessa saudade que me abraça
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma carta que revelasse o meu querer
que mostrasse a minha dor por te perder
que te convencesse que não foi meu querer
que falasse do ZIMBO que agora sou
do mau amor que à outro dou
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma sobre o nosso colóquio
carta de lembranças de ti
dos teus olhos negros como loengo
dos teus lábios doces como os filhos do mamoeiro
do teu peito ampliado nas duras tardes com o cafezeiro
(o actual SENHOR do meu útero)
causante do cabuloso adultério
eu queria escrever-te outra carta amor,
que voltasse à memória os nossos tempos
nossas noites sobre as lousas dos meus velhos
entre os cantos do acastanhado rouxinol
ardentes pelo romper do sol
e as cinzas que nos deixou o depois
eu queria escrever-te outra carta amor,
escrevê-la sem palavras alheias
sem impressões da mulata que abrevia minhas idéias
sem os amassos do criado que a faz lixo
e sem o calor do gari que nos acolita
eu queria escrever-te outra carta amor,
que a não lesses sem prantear
que te levasse além do meu falar
que entendesses as estampas entre as alíneas
que mesmo sentado perto de uma vínea
ouvisses a mais alta nota do meu pentagrama
uma carta que declarasse nula qualquer outra
eu queria escrever-te outra carta amor,
uma carta que te levasse o plangor que excarcero
uma carta que o céu e os oceanos
que o calor e as correntes
que as terras e os navios
pudessem entender
para que se o eco desse plangor se desviasse
as fortes ondas
exoráveis pelo nosso cruciante viver
levassem entre o suor dos outros contratados
com gotas levantadas pelo compadecido maremoto
as palavras magoadas da carta que queria escrever-te amor
eu queria escrever-te uma carta...
mas ah meu amor
a mulata se ausentou
e eu não sei compreender
por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes escrever
e eu — Oh! Desespero! — Sou iletrada também
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